2010-03-09

Como deveria ser simples cumprir aquilo que se acorda

Mais um capítulo da novela "O Pior do Brasil é o brasileiro".

Em 30 de outubro do ano passado, assinamos um contrato de compromisso de compra e venda de nossa casa em Americana, passo fundamental no processo de compra ou venda de qualquer imóvel. Esse documento trás, entre outras coisas, informações sobre como será feito o pagamento, de quanto será o pagamento, quando as chaves serão entregues, o que acontece quando qualquer uma das partes quebra o contrato etc.

Muito bem, nesse dia, 30.10.09, recebemos o sinal referente à assinatura do compromisso. Ficamos de receber o restante em duas formas: recursos próprios do comprador e financiamento bancário, ambos até dia 30.01.10. Ao longo dos meses de novembro e dezembro, por inúmeras vezes ligamos para a imobiliária para acompanhar se tudo estava certo com o comprador para o pagamento na data estipulada, pois nossa preocupação era cumprirmos nosso contrato firmado em São Paulo. Paramos de perguntar quando o dono da imobiliária, de uma forma grosseira para não dizer estúpida, disse que o pagamento seria feito na data estipulada.

E o que aconteceu em 30.01.10? Nada. E um mês depois do prazo? Nada.
Seguindo conselho de um advogado, amigo da família, mandei um telegrama ao comprador, informando sobre o atraso no pagamento e que, de acordo com o contrato, estaria sujeito ao pagamento de multa.

O que seguiu a partir disso, foi a maior prova de que o brasileiro é um dos, senão o pior povo do mundo. Após uma sequência de emails trocados com o corretor, dono da imobiliária, abri a possibilidade de negociação da multa contratual. Ele, corretor, aceitou pagar o valor atrasado corrigido por juros de poupança e esse valor seria descontado da comissão dele. Eu disse que a iniciativa dele era muito boa, porém queria ouvir do comprador qual seria a proposta para acerto da multa. Sábado último, recebemos um telefonema do corretor informando que o comprador não pagaria absolutamente nada de multa. PRA QUE SERVE O CONTRATO ENTÃO ????

Como precisamos do valor repassado pelo banco credor, assinamos o contrato de financiamento ontem, dia 08.03.10, ou seja, com 38 dias de atraso. Durante a assinatura do contrato, apresentou o corretor um termo de aditamento ao compromisso assinado que dizia que o comprador pagava juros de poupança sobre o valor atrasado e que esse valor seria reduzido da comissão.
Ao ler o texto, vi que não era em nada parecido com o que havia combinado com o corretor.
Quando eu disse que não assinaria, o corretor ficou vermelho, bufou, começou a esbravejar, até falando para a gerente do banco que não poderia prosseguir com a assinatura porque ele não concordava com o que acontecia. Como efetivamente ele não pode paralizar essa assinatura, prosseguimos e finalizamos.

Mas ainda fica a pergunta no ar: qual a dificuldade de cumprir aquilo que assinou? Será que essas pessoas não tem amor/orgulho pelo próprio nome? Até quando o brasileiro vai querer levar vantagem em tudo, descumprindo o que acertou e assinou?

A conclusão a que se chega é que no Brasil não adianta ser honesto e que respeitar os outros e cumprir suas obrigações é só para trouxas!

Um comentário:

  1. Incrivel, mas não podemos generalizar isso a todos os brasileiros. Alguem tem que acreditar que tudo pode melhorar, senão nunca melhora.

    Vamos com fé...e um dia isso tudo passa.

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