O Brasil e a Inflação

Noutro dia, estava notando como a implantação do Real mudou nossas vidas.

Estamos com a mesma moeda há mais de 15 anos, ou seja, tem muita gente por aí (adolecentes) que não sabem o que é Cruzeiro, Cruzado, Cruzeiro Novo, Cruzado Novo e/ou Cruzeiro Real... maus tempos aqueles... Enfim, parece que o Brasil venceu a batalha contra a inflação.

Mas venceu mesmo?

Eu não acredito. Basta lembrarmos das manifestações cobrando reajuste de salários, das greves, dos aumentos auto concedidos pelo congresso nacional, assembléias estaduais, câmaras...

Somam-se a isso os diversos aumentos de tarifas (água, luz, telefone, transporte público). Por favor, imploro, mostrem-me o que aumentou nos quatro itens citados logo acima.

Houve falta de chuva para encarecer a luz? O tráfego de informações na rede telefônica está mais caro? HAHA!!! As fibras ópticas e os cabos de cobre resolveram cobrar mais caro para permitir a circulação de informação!!!

Entendo que há coisas que fogem um pouco do controle de quem reajusta essas tarifas, como o preço do petróleo, por exemplo. Mas minha pergunta continua: por que houve reajuste?

A simples resposta é a maldita cultura inflacionária do país. Onde vemos isso? Nos dissídios. Ora, se não há inflação, não deveria haver aumento salarial por dissídio. Ponto.
Aí uma escola resolve dar 10% de reajuste para os professores. E repassa o aumento para os pais dos alunos. Os pais tomam um susto com o aumento e vão reclamar junto aos respectivos chefes um rejuste salarial, pois "a escola ficou mais cara". E tudo isso vira uma enorme bola de neve.

Nos países sem cultura inflacionária não existe dissídio. Mas não há aumento de salário? Há sim, por mérito. Mas usualmente são aumentos menores que 1%.

Não quero ser pessimista, mas precisamos por um fim na cultura inflacionária, pois enquanto ela existir, sempre haverá a possibilidade de retorno e de perda do controle na luta contra a inflação.